O estado ocupa a 10ª colocação, empatado com o Amapá.
Caio Silva – Rios de Notícias
MANAUS (AM) – De acordo com dados de 2024 da Comexstat e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o Amazonas está entre os estados com maior participação nas exportações brasileiras para os Estados Unidos. O estado ocupa a 10ª colocação, empatado com o Amapá.
Entre os estados da Região Norte, somente o Amazonas e o Amapá apresentaram percentuais mais expressivos — ambos com 10%. Veja abaixo os dados dos demais estados da região:
- Acre: 5,2%
- Rondônia: 4,9%
- Pará: 3,6%
- Roraima: 0,3%

Maiores exportadores
O Ceará lidera entre os estados brasileiros com 45% de suas exportações destinadas ao mercado americano, impulsionado principalmente pela produção de ferro e aço. Sergipe também apresentou números relevantes, com 17% de participação.
Outro destaque é o Espírito Santo, com 30% de suas exportações voltadas aos Estados Unidos, principalmente de minério de ferro.
São Paulo representa 19% das exportações para os EUA. De acordo com o levantamento, o estado exportou R$ 13,6 bilhões ao mercado norte-americano em 2024, sendo 90% provenientes da indústria e 5,3% da agropecuária.
Já o Rio de Janeiro, maior exportador brasileiro de petróleo bruto, aparece entre os estados mais dependentes das exportações para os Estados Unidos, com 16% de participação.
Volume de exportações e impacto no Amazonas
Em entrevista ao Portal RIOS DE NOTÍCIAS, o economista Altair Cordeiro — especialista em gestão empresarial e ex-vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Amazonas — comentou sobre o impacto das exportações norte-americanas para o Amazonas e suas implicações para o modelo econômico baseado na Zona Franca de Manaus.

Segundo ele, o estado poderá enfrentar dificuldades devido a possíveis sanções econômicas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
“O volume das exportações americanas é composto, em grande parte, por insumos industriais. Setores como o de plásticos serão os mais afetados. Não há novos fornecedores no curto prazo. Portanto, enfrentaremos problemas nessas áreas”, alertou.
Apesar da existência de um Polo Industrial competitivo, Cordeiro ressaltou que a economia do Amazonas ainda é muito inferior à de estados como São Paulo e Minas Gerais, e depende fortemente do cenário econômico nacional. “Produzimos bens de consumo. Se houver queda na demanda, a produção local pode ser paralisada”, observou.
Um dos principais riscos, segundo ele, é a dependência de insumos importados. Muitos vêm da Ásia, mas a relação com os Estados Unidos ainda é estratégica e inevitável.
“Não devemos criar barreiras diplomáticas. Precisamos negociar para manter nossos produtos competitivos. Se os custos de produção aumentam, os preços finais também sobem”, explicou.
Pontos críticos
Cordeiro defende que o Amazonas tem potencial para diversificar sua pauta de importações e investir mais na produção local de insumos, já que poucos produtos são genuinamente regionais.
“O ideal seria produzir mais componentes aqui mesmo, no Polo Industrial de Manaus. Atualmente, dependemos muito de insumos estrangeiros”, destacou.
Ele também apontou a logística e os altos custos de transporte como fatores que dificultam as relações comerciais do Amazonas com os Estados Unidos. Ainda assim, ressaltou que o estado está geograficamente mais próximo do mercado americano que outros centros industriais do Brasil.
“Precisamos avançar na construção de modais seguros e permanentes na Amazônia. Não podemos depender apenas da navegação fluvial. As mudanças climáticas vêm afetando seriamente o nível dos rios”, analisou.
O economista expressou preocupação com os recentes desdobramentos em acordos comerciais, sanções e tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, que podem comprometer a competitividade da Zona Franca de Manaus.
“Os americanos estão jogando duro com o Brasil. Precisamos refletir sobre o papel que queremos assumir neste momento em que o mundo discute relações comerciais e abertura de mercados. O Brasil ainda impõe muitas barreiras à entrada de produtos estrangeiros”, concluiu.
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