BNDES financia nova frota fluvial e aposta em logística sustentável na Amazônia.

Infraestrutura estratégica para o agronegócio

Com a entrada em operação das embarcações, a capacidade de carga deve aumentar em cerca de 35%, reduzindo custos operacionais e atendendo à demanda projetada para os próximos dez anos no escoamento de grãos do Centro-Oeste pelo Norte. Cada balsa pode substituir o transporte de até 60 caminhões por viagem, diminuindo a pressão sobre as rodovias e os custos de exportação.

O projeto, liderado pela Hermasa Navegação da Amazônia Ltda. — empresa controlada pela Amaggi —, tem valor total estimado em R$ 384 milhões, incluindo investimentos complementares da companhia.

Geração de empregos e fortalecimento regional

Durante a fase de construção e operação, a iniciativa deve gerar 355 empregos diretos, movimentando a cadeia produtiva local e fortalecendo a indústria naval no Amazonas. Para o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a medida marca a retomada da chamada “economia azul”, com foco em sustentabilidade e inovação tecnológica na logística hidroviária.

Já o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que o investimento é parte da estratégia do governo de revitalizar a indústria naval brasileira e reduzir as emissões de gases de efeito estufa no setor de transporte.

Impacto ambiental e social

Além de melhorar a eficiência logística, a adoção de embarcações mais modernas e o uso de biodiesel representam um avanço na transição energética do setor. Para especialistas, a navegação fluvial é hoje a alternativa mais viável para enfrentar gargalos no escoamento de grãos e diminuir a dependência do transporte rodoviário, historicamente mais caro e poluente.

A aposta no corredor Madeira–Amazonas reforça o papel estratégico do Amazonas e de outros estados do Norte como elos fundamentais do agronegócio brasileiro, ampliando a integração regional e gerando oportunidades para a indústria local.

Com esse projeto, o BNDES sinaliza que a logística amazônica pode ser protagonista na agenda de sustentabilidade e competitividade do Brasil, conciliando eficiência econômica, inclusão produtiva e redução de impactos ambientais.

Por Portal da Navegação, via Portal Valor Econômico.