A embarcação é um marco para a mobilidade nos rios da Amazônia, e inicialmente vai atender estudantes.
Sérgio Moraes (PCTGuamá)
Desenvolvido dentro do Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, iniciativa do Governo do Estado, o barco movido a energia limpa é exemplo de transporte sustentável nos rios da Amazônia, e foi batizado de Poraquê, uma homenagem ao peixe-elétrico, típico da região. O catamarã foi projetado pelo Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), que é residente do PCT Guamá e vinculado à Universidade Federal do Pará (UFPA). O transporte fluvial foi apresentado nesta terça-feira (17), na orla da UFPA em Belém, e fez uma viagem inaugural nas águas do Rio Guamá.
Com capacidade para transportar até 40 passageiros sentados e em pé, a embarcação é totalmente elétrica, alimentada por baterias de alta capacidade, que recebem energia da rede elétrica e de placas solares, que convertem a energia da luz do sol em energia elétrica. O catamarã tem autonomia de seis horas contínuas de operação e área para cadeirantes.
“A importância dele para mobilidade na Amazônia é imensa. É um barco com característica totalmente limpa, pois é alimentado por painéis fotovoltaicos e pela rede elétrica. Ele não produz o ruído que as embarcações tradicionais produzem, por usar motor elétrico, e não a reduzindo muito a poluição sonora, não causa problemas de saúde para os usuários que viajarão no barco e até mesmo para os peixes, pois não ter nenhum combustível que possa ser derramado nos rios”, enfatiza Maria Emília Tostes, coordenadora e pesquisadora do Ceamazon.
O barco vai trafegar no rio Guamá, fazendo o transporte da comunidade acadêmica, depois de passar por avaliações técnicas e testes como performance, robustez e eficiência, trabalho que será feito pela equipe do projeto pelos próximos meses. A iniciativa tem também a colaboração da Faculdade de Engenharia Naval da UFPA.
Mobilidade urbana sustentável
Sem a utilização de combustíveis, que poluem mais o meio ambiente, a embarcação elétrica desenvolvida no PCT Guamá é modelo de mobilidade urbana com energia limpa e renovável na região Amazônica.
O catamarã começou a ser projetado pelo Ceamazon em 2019 e faz parte do Sistema Inteligente Multimodal na Amazônia (Sima), projeto formado por dois ônibus elétricos, um em operação dentro da UFPA fazendo o deslocamento de alunos no campus Belém, e outro intermunicipal com rota Belém Castanhal, formando o primeiro corredor verde da Amazônia, e agora, pelo barco elétrico, solução eficiente e sustentável para um problema da sociedade, ter transportes menos poluentes.
“É de grande importância iniciativas com foco em energias renováveis, trabalhando a transição energética como uma alternativa para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Nesse caminho, apoiamos o Ceamazon, residente do PCT Guamá, o qual além da prestação de serviços tecnológicos executa também projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Após a validação de dois ônibus elétricos, chegamos ao lançamento do primeiro barco elétrico, um importante passo para uma região que tem como principais vias os rios”, declara Milkson Campelo, gerente de tecnologia e mercados da Fundação Guamá, que faz a gestão do Parque.
O Sima conta ainda com eletropostos, sistema de armazenamento de energia elétrica, medidores de energia, sistema de gestão inteligente e um sistema de comunicação próprio para ambientes de floresta da Amazônia. O projeto de Pesquisa e Desenvolvimento é regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e tem investimentos da empresa Norte Energia.
Por Portal da Navegação, via Agência Pará.
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