O maior navio de guerra da América do Sul. Essa é a denominação dada ao Navio Aeródromo (NAe) “São Paulo” quando ainda estava ativo, Outra característica sua é que foi o porta aviões mais antigo do mundo em operação, com deslocamento de 32,8 mil toneladas e comprimento de 265 metros.
Em 1960, quando foi lançado ao mar, teve sua incorporação na Marinha da França com o nome de “FS Foch”. O navio prestou relevantes serviços a essa nação pelo período de 1963 até o ano 2000. Ainda sob a bandeira francesa, o porta aviões participou de diversos combates, dentre os quais destacamos na África, Oriente Médio e no leste europeu.
Posteriormente, incorporado na Marinha do Brasil, a embarcação teve trajetória curta, sendo o principal navio da Armada. O Comando Naval decidiu por desativar o NAe “São Paulo” em Fevereiro de 2017.
Conforme registros da própria Marinha do Brasil, o “São Paulo” esteve por 206 dias no mar, navegando 54.024,6 milhas, o que equivale a 85.334 Km. Além desses dados, o navio realizou 566 catapultagens de aeronaves.
O caça naval AF-1 foi a principal aeronave operada na embarcação, já com a bandeira brasileira. A aeronave tem designação nacional para McDonnell Douglas A-4 Skyhawk, onde atualmente operam a partir das bases terrestres.
Antes do NAe “São Paulo”, a Marinha teve o Navio Aeródromo Ligeiro (NAeL) “Minas Gerais”, com 211,25 metros de comprimento e deslocamento de 19.890 toneladas quando totalmente carregado.
Atualmente o NAe “São Paulo” está atracado no Arsenal de Marinha, na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, recanto privilegiado da Baía da Guanabara.
Algumas das características do NAe “São Paulo”:
Deslocamento: 27.370 tons (padrão) e 32.780 tons (carregado).
Comprimento: 265,0 metros.
Boca: 50,70 metros.
Calado: 9,6 metros.
Velocidade: 30,0 nós.
Autonomia: 7.500 milhas náuticas.
PL 4.199/2020 e a expansão da cabotagem no Brasil.
Tenho minhas opiniões sobre a “BR do Mar” como foi batizado o PL-4.199/2020, cuja aprovação já foi realizada na Câmara dos Deputados e hoje tramita no Senado.
Uma das claras evidências é que poderá trazer novas empresas, com novos navios para atuar em nossa costa, que por sinal tem uma grande extensão e cheias de riquezas naturais e petróleo, além do gás.
Umas das preocupações para a nossa Marinha Mercante é quanto ao uso da mão de obra nacional. Atualmente o projeto prevê que 2/3 da tripulação seja brasileira, além da obrigatoriedade do Comandante, Chefe de Máquinas, Mestre de Cabotagem e Condutor, brasileiros.
Muitas correntes são contras a manutenção da mão de obra brasileira, principalmente política. Num país onde temos duas grandes Escolas de Formação de Oficiais para a Marinha Mercante, nada mais justo que o emprego seja dado aos brasileiros, com excelente aproveitamento, tal qual existe na grande potência do mundo, que são os Estados Unidos. Lá, a cabotagem somente é operada por aquaviários americanos ou que tenham a nacionalidade garantida, pois para eles, a Marinha Mercante também é soberania nacional.
O PL não contempla os navios tanques, mas bem que poderia, uma vez que temos uma costa com bastante diversidade na exploração e transporte de petróleo e seus derivados, além de produtos químicos. Hoje vemos muitas embarcações de bandeira estrangeira atuando em nossas águas jurisdicionais.
Aguardemos a aprovação da “BR do Mar” com a esperança de que novos e bons rumos venham para o marítimo brasileiro, que ao lado conta com a FNTTA, o Sindmar e o CCMM.
Navegando
Importante conferência será realizada a partir das 09:00 horas do dia 10 de Agosto de 2021 organizada pela “Navalshore – Feira e Conferência da Indústria Marítima” e pela revista P&N. Com o tema “Cenários da Indústria Naval Offshore” as inscrições podem ser feitas pelo link:
https://www.sympla.com.br/cenarios-da-industria-naval-e-offshore__1292708
CTS (Cartão de Tripulação de Segurança) é um documento de vital importância em uma embarcação. Nele se define a tripulação mínima necessária a bordo para que se possa realizar a navegação, manutenção e operação com segurança. Notícias chegam à coluna que determinado “Rei” (armador) estaria assediando Comandante de determinada embarcação para que a mesma saia sem um tripulante constante no referido CTS. Forçar a barra desse jeito pode levar o Comandante a ter sanções disciplinares por parte da Autoridade Marítima.
Sobre esse assunto, sempre digo que o Comandante tem a palavra final. Ele é quem decide, sempre se baseando em normas e regulamentos nacionais e internacionais, já que “depois que pega”, irá responder pelo descumprimento das leis. Agora, um armador que força o seu representante a descumprir o CTS, sinceramente, tem um péssimo exemplo administrativo e não deve servir de referência para liderança.
Segundo Ivan Leão, da revista “Portos e Navios”, os acontecimentos no primeiro semestre de 2021 projetam a aceleração de um novo ciclo no transporte marítimo mundial. Estados Unidos e União Europeia querem o que o transporte marítimo reduza a zero as emissões atmosféricas totais até 2050, meta mais ambiciosa que a da IMO.
Um grande Comandante está se aposentando da carreira vitoriosa no mar. Trata-se do Capitão de Longo Curso Rui Schmidt que por muitos anos comandou os navios da Transpetro e atualmente estava na função de Assessor Náutica no porto de Santos (SP). O CLC Schmidt foi o primeiro Comandante do NT “Dragão do Mar”, um dos modernos navios petroleiros da classe Suezmax. Ele também é detentor da Medalha de Mérito Tamandaré, além de ter cursado “Política e Estratégia Marítimas” (C-PEM) da “Escola de Guerra Naval” (EGN). Este colunista deseja um bom descanso ao Comandante, que merecidamente irá desfrutar dias melhores ao lado da família e amigos. Bravo Zulu.
O colunista, que ainda se encontra de quarentena conforme recomendações da Vigilância Sanitária (Anvisa), em breve estará assumindo o Comando do NT “André Rebouças”. O primeiro Comandante desse navio da classe Suezmax foi o Capitão de Longo Curso Fábio Guilherme Lima Torres, colega da turma “Ayrton Senna da Silva” de 1997.
Um excelente Oficial da Marinha Mercante em breve estará recebendo importante honraria. Trata-se de um grande e verdadeiro amigo do colunista, além de ter sido colega de trabalho num passado não muito distante. Voltaremos com a devida confirmação.
O Tribunal Marítimo já disponibilizou em seu canal no youtube a “Sessão Plenária Nº 7.510” de 27 de Julho de 2021. É admirável de se notar quantos acidentes ocorrem com motos náuticas (jet skys), tendo inclusive pessoas não habilitadas conduzindo esse tipo de embarcação. Segurança da navegação é dever de todos.
A 1ª Tenente (T) Ohana vem realizando um grande serviço na Comunicação Social do Comando do 4º Distrito Naval. Pessoa de bom coração, ficamos torcendo para ir longe. Afinal, aos bons, Deus sempre está no lado para ajudar nos melhores e piores momentos.
Outra pessoa pela qual o colunista tem grande estima é a Tenente Laysa, que também atua na área da Comunicação Social, no “Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar” (CIABA), nossa “Universidade do Mar” como dizia o nosso digníssimo Alyrio Sabbá.
A Marinha Mercante Brasileira aos poucos vai se recuperando. Muitos dos colegas que estavam ociosos em casa, agora já estão sendo chamados pelas empresas de navegação e offshore. Expectativas que o mercado volte a ter bastante oferta como foi entre o 2000 e 2013.
Relembrar é viver: exatamente um ano atrás, este colunista deixava o Comando do NT “Dragão do Mar”. Para aqueles que acompanharam as viagens, ficaram fotos e vídeos marcantes para Talcahuano, no Chile, quando enfrentamos ondas de 8 metros de altura no Estreito de Drake (Cabo Hornos) e a viagem para Sines, em Portugal, que foi uma das melhores (RM).
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