Roberta Vilanova (SESPA)
A Sespa orienta passageiros e donos de embarcações, enquanto a Capitania dos Portos oferece gratuitamente a cobertura do eixo do motor
No Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento, que transcorre neste sábado (28), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) chama a atenção para as medidas preventivas simples que podem ser tomadas pelas famílias ribeirinhas, e pelos donos de embarcações, para que esse tipo de agravo seja erradicado dos rios paraenses.
O acidente ocorre quando os cabelos de um passageiro ou passageira se prendem ao eixo do motor, e a força da rotação arranca violentamente o couro cabeludo e algumas áreas do rosto, deixando cicatrizes e deformações permanentes. Provoca muitas dores e a intensa hemorragia pode levar à morte. Além de muito dolorido, o tratamento normalmente se estende por anos, causando traumas e sofrimentos para as vítimas e seus familiares.
A principal medida preventiva a ser tomada pelos donos de embarcação é cobrir o eixo do motor. A proteção é instalada gratuitamente pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental/Marinha do Brasil.
Quanto aos passageiros, adulto ou criança, as principais medidas são: manter os cabelos totalmente presos em forma de coque e cobertos, de preferência, com boné, e não usar rabo de cavalo; não tirar água do fundo do barco e nem se movimentar enquanto o motor estiver ligado; não se abaixar para juntar moedas, prendedores de cabelo, brinquedos e outros objetos do fundo do barco; ter cuidado com fraldas, lenços ou qualquer tecido que possa se enrolar no eixo do motor; ter cuidado com o volante do motor, que é tão perigoso quando o eixo; observar se o eixo está coberto e sentar o mais longe possível desse equipamento.
Em caso de acidente, a vítima deve receber os primeiros socorros no município ou no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, na Região Metropolitana de Belém, para estabilização do quadro clínico. Depois, será encaminhada à Fundação Santa Casa do Pará, em Belém, que é referência no atendimento a casos de escalpelamento.
Dados – Segundo a coordenadora estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais, Tatiany Peralta, mesmo com as ações educativas que a Sespa realiza em conjunto com a Comissão Estadual de Enfrentamento aos Acidentes com Escalpelamento (CEEAE), composta por diversas instituições, incluindo a Marinha do Brasil, neste ano já foram registrados 11 acidentes com escalpelamento, três a mais que em 2021. “Portanto, o nosso objetivo é intensificar o trabalho de conscientização pública para a prevenção aos acidentes de motor com escalpelamento, a fim de conseguirmos resultados mais significativos, envolvendo todas as entidades que fazem parte da Comissão Estadual”, destacou.
Os 11 acidentes, incluindo um óbito, ocorreram nos municípios de Muaná (local do óbito), Cametá (01), Curralinho (02), Tomé-Açu (01), Portel (01), Breves (03), Santarém (01) e Novo Progresso (01).
Entre as ações mais importantes realizadas pela Sespa estão o resgate, fortalecimento e monitoramento dos Comitês Municipais de Combate ao Escalpelamento em Abaetetuba e Barcarena, ambos na região do Baixo Tocantins, e as reuniões técnicas com representantes das secretarias municipais de Saúde, Educação e Assistência Social de Igarapé-Miri e Breves, para a discussão de estratégias e orientação de condutas destinadas à prevenção aos acidentes com escalpelamento. “Algumas ações contidas no Plano Estadual de Enfrentamento aos Acidentes com Escalpelamento foram prejudicadas pela pandemia de Covid-19, mas já estamos retomando todas elas”, informou Tatiany Peralta.
Serviço – a cobertura do eixo do motor é gratuita e pode ser solicitada à Capitania dos Portos pelos telefones (91) 3218-3950 ou (91) 99114-9187.
Por Portal da Navegação, via Agencia Pará.
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