Segurança e velocidade, os desafios da navegação na Amazônia

O aumento no roubo de cargas e equipamentos e da frota de embarcações de alta velocidade circulando nos rios da Amazônia se tornaram as principais preocupações das entidades ligadas a navegação hidroviária na Amazônia.

No início desta semana um seminário, em Belém, marcou o debate sobre os problemas da navegação na Amazônia destacando a questão do que fazer para conter o roubo de cargas no trecho entre as capitais paranense e amazonense e nos ataques de piratas ligados ao tráfico de drogas no Alto Solimões.

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O delegado da Polícia Civil do Amazonas, Paulo Mavignier, explicou aos representantes do segmento de navegação na Amazônia que as ocorrências cresceram muito nos últimos anos.

No Amazonas, o pirata na região do alto Solimões, na fronteira com o Peru e a Colômbia, é o ladrão de drogas. Rouba-se lanchas e motores voltados para o tráfico”, diz Mavignier, diretor do departamento de polícia do interior.

O vice-presidente do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas (Sindarma), Oziel Mustafá, conta que todas as empresas que operam na Amazônia têm sofrido com a ação dos piratas dos rios, que trazem prejuízos diretos e outros indiretos tão ou mais importantes.

Combustível não tem código de barras e é muito visado na região, mas temos prejuízos com equipamentos e com os tripulantes acabam deixando o trabalho. Ainda temos a questão do seguro da carga, que vem onerando muito a operação”, relatou, lembrando que o custo afetará a inflação no estado de destino

Velocidade e a segurança da navegação na Amazônia

O diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Carlos Padovezi, chama atenção para um outro risco que, no entanto, é visto como um avanço para o transporte entre as cidades do Amazonas: a velocidade das “lanchas a jato”.

 “O fluxo (de embarcações nos rios) tem aumentado e quanto maior a velocidade, maior o risco para a navegação”, explica Padovezi.

Esse tema da velocidade das lanchas a jato se conectam com um outro problema identificado pelo pesquisador, que é a formação continuada dos marinheiros fluviais. De acordo com Padovezi, o fator humano acaba sendo a causa de acidentes nos rios em cerca de 70% a 80% dos casos.

“Daí a necessidade constante de treinamento, treinamento e treinamento para reduzir o risco e aumentar a segurança”, sugeriu.

Sobre estes dois fatores – Segurança e velocidade – , o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas (Sindnaval), Irani Bertolini, destacou uma possibilidade ainda considerada impensável por quem viaja nas embarcações pela Amazônia.

Com a navegação automática, o problema da segurança se resolve. Isso será o futuro”, afirmou Bertolini, sobre barcos autonômos transportando passageiros e cargas pelos rios da bacia Amazônica. 

Por Portal da Navegação, via Barroso News