Como agem os “ratos d’água” nos assaltos a transportadores.
Com foco em grandes embarcações que passam carregadas de combustível pelo rio Amazonas, piratas já roubaram mais de 7,7 milhões de litros de combustíveis.
O crime aconteceu no estado do Amazonas do fim de 2000 a 2023, conforme reportagem do jornalista Ítalo Lo Re, do Estadão.
Segundo a publicação, o levantamento é do sindicato local das Empresas de Navegação Fluvial (Sindarma).
“O combustível é o maior foco desses tipos de criminosos pela facilidade de se desfazerem dele e comercializá-lo de forma ilegal”, destaca Algenor Teixeira Filho, secretário executivo de operações integradas da Secretaria de Segurança do Amazonas.
De acordo com ele, por mais que eletroeletrônicos e outros tipos de cargas possam ter maior valor agregado, costuma ser mais trabalhoso vendê-los a terceiros do que o diesel, por exemplo.
Além disso, é mais fácil identificar, no caso dos eletroeletrônicos, quando são fruto de roubo.
Ainda segundo a reportagem, a atuação dos piratas – também chamados de “ratos d’água” – não necessariamente tem elo com facções criminosas.
Comando Vermelho e PCC
Porém o avanço na região de organizações como Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC) aumenta a circulação de grupos armados e atrai outros tipos de atividades ilegais, como roubos de armas e combustíveis.
Dessa forma, em meio à rotina de medo e instabilidade, empresas contratam até escolta armada para proteger cargas maiores.
Com isso para incrementar a segurança, recorrem a botões de emergência, câmeras de monitoramento e até à Starlink, serviço de internet da SpaceX, do bilionário americano Elon Musk.
Em geral, portanto, os piratas trafegam por meio de lanchas ou barcos pequenos, o que facilita fugas após os roubos e a distribuição das mercadorias para outros barcos de redes criminosas.
Desse modo, os alvos mais comuns, em contrapartida, são embarcações cargueiras mais lentas, com menor poder de reação.
Cocaina e skunk
Em alguns casos, os piratas chegam a mirar até mesmo cargas de cocaína e skunk, importadas pelas facções de países vizinhos, como Peru, Colômbia e Bolívia. Depois, revendem para grupos rivais aos roubados.
“Não à toa, hoje a gente observa alguns dos ‘transportadores de drogas’ circulando com armas muito pesadas”, disse Roberto Magno, pesquisador do Laboratório de Geografia da Violência e do Crime da Universidade do Estado do Pará
Segundo explica, os roubos são observados mesmo em rios pequenos, considerados centrais para a vida dos moradores e não tão policiados como as cidades.
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