Exportações de Milho e Soja pelo Arco Norte Crescem Mais de 50% Até 2024, Revela Anuário da Conab.

Crescimento expressivo no escoamento agrícola na região Norte impulsionado por investimentos em infraestrutura multimodal.

Volume de Exportações Mais que Dobra em Quatro Anos

As exportações de milho e soja pelos portos do Arco Norte registraram aumento superior a 50% nos últimos quatro anos. Segundo o Anuário Agrologístico 2025, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume exportado saltou de 36,7 milhões de toneladas em 2020 para 57,6 milhões de toneladas em 2024. Esse crescimento é atribuído a investimentos estratégicos em infraestrutura multimodal, incluindo expansão ferroviária e maior uso das hidrovias na Região Amazônica.

Proximidade das Novas Fronteiras Agrícolas e Infraestrutura

A localização privilegiada do Arco Norte, próximo ao MATOPIBA (região formada por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), tem motivado investimentos que fortalecem a região como importante rota de escoamento agrícola. O modal ferroviário tem ganhado destaque, enquanto as hidrovias amazônicas ampliam seu papel no transporte de cargas, consolidando a logística local e reduzindo custos para os produtores.

Participação dos Principais Portos nas Exportações Brasileiras

Os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e os do Arco Norte — como Itaqui (MA), Barcarena (PA) e Santarém (PA) — concentraram 81,2% das exportações brasileiras de soja e milho em 2024. A região Norte foi responsável por cerca de 38% desse total. A redução nos custos de frete, resultado da menor distância entre os centros produtivos e os portos, além da internalização dos fertilizantes, têm impulsionado a preferência dos agentes do mercado pela rota do Arco Norte.

Destaque para os Portos de Itaqui e Barcarena

Entre os portos do Arco Norte, Itaqui (MA) e Barcarena (PA) se destacam pelo crescimento expressivo nas exportações de milho e soja, com aumentos de 80,3% e 70,3%, respectivamente, entre 2020 e 2024. O porto de Itaqui passou de 11,21 milhões de toneladas para 20,22 milhões no período. Esse desempenho é apoiado pela maior utilização do modal ferroviário, que garante rapidez e segurança no transporte das cargas.

Projetos Ferroviários Estratégicos em Expansão

O plano ferroviário nacional conta com cinco grandes projetos estruturantes que devem fortalecer ainda mais a logística do país. Entre eles estão a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), o prolongamento da Ferrovia Norte-Sul até o porto de Vila do Conde (PA), o Anel Ferroviário do Sudeste e a Ferrogrão — ferrovia planejada para escoar grãos do Centro-Oeste pelo Arco Norte, ligando Mato Grosso ao Pará por 933 quilômetros. Essas obras visam otimizar o transporte e a competitividade do agronegócio brasileiro.

Hidrovias em Crescimento e Sustentabilidade

As hidrovias brasileiras também apresentam crescimento, com aumento de 24% no número de armazéns com acesso hidroviário entre 2017 e 2025. A Região Amazônica é a principal responsável pelo transporte fluvial, movimentando quase dois terços do total nacional. Este modal é considerado mais sustentável e eficiente, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Investimentos Federais para Expansão das Hidrovias

Em 2025, o governo federal anunciou investimentos de R$ 4,8 bilhões para ampliar a navegabilidade das hidrovias brasileiras por meio do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Além de estimular a geração de empregos e renda, essa iniciativa apoia a descarbonização da matriz logística do país. Estudos mostram que o transporte hidroviário reduz em até 95% as emissões em comparação ao modal rodoviário e em 70% frente ao ferroviário.

Mais Informações no Anuário Agrologístico 2025

O Anuário também traz dados detalhados sobre a logística de exportação de soja, milho e farelo de soja, além da importação de fertilizantes, reforçando a importância do fortalecimento da infraestrutura para o crescimento do agronegócio brasileiro.

Anuário Logístico 2025

Fonte: Portal do Agronegócio