Pescadores de Salvaterra homenageiam São Pedro na romaria fluvial, no Porto dos Botes, no Rio Paracauari. Foto: Paulo Cordeiro.

NAVEGAÇÃO EM FOCO – Romaria fluvial homenageia São Pedro no Marajó

O dia 29 de junho é de homenagens a São Pedro, o “santo das chuvas”. Mas, a importância dele vai além do tempo. Foi o primeiro Papa da história da Igreja Católica. Hoje, Francisco é o 266º. Além disto, trabalhava como pescador na região do mar da Galileia, hoje parte de Israel. Ao lado do irmão André, foi um dos primeiros discípulos de Jesus. Ambos faziam parte do grupo dos 12 apóstolos, junto de outros pescadores, como Tiago e João. Por esta razão, São Pedro é considerado o padroeiro dos pescadores.
Em Salvaterra, no arquipélago do Marajó, a colônica de pescadores promove, há mais de 50 anos, uma extensa programação. Além de uma procissão que percorre as ruas do município com a imagem do santo, uma romaria fluvial teve a participação de cerca de 40 embarcações que saíram do Porto dos Botes em cortejo pelo rio Paracauari. Houve também homenagens em Soure, município vizinho a Salvaterra.

Novo sistema 100% digital

No mesmo dia, o Governo Federal anunciou mudanças no cadastramento e recadastramento dos pescadores profissionais de todo o país. Todo o procedimento será realizado de forma 100% on-line pelo Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira – SisRGP 4.0. Segundo o governo, o novo sistema é mais seguro, rápido e permitirá o cruzamento de dados, o que beneficiará os profissionais da pesca, combaterá as fraudes e permitirá a desburocratização do processo e a garantia a direitos, como o recebimento do seguro-defeso.
Os pescadores profissionais atuantes no país, seja na categoria artesanal como na industrial, acessarão o sistema diretamente, sem intermédio de associações e entidades, conhecidas como colônias. Após o preenchimento de todos os dados e informações necessários, o pescador receberá imediatamente a carteira de pescador em formato digital com QR Code. Em médio prazo, será necessário avaliar se a política pública conseguirá superar os desafios impostos à regiões como a Amazônia, especialmente nas áreas de telefonia e logística.

recordar é viver – Navios de turismo rio Amazonas.

Os Práticos Jose Mario Rosseti e Lairton Rebelo (de frente) em um jantar a bordo do M.S Itália em novembro de 1973.

O registro é do jantar que acabara de ser servido aos Oficias do navio M.S. “Itália C”. Além da elegância dos uniformes dos tripulantes, a movimentada cena mostra o requinte das cadeiras forradas com couro, toalhas de mesas xadrez italiano e pratos harmonizados pelo sommelier de vinho. Os Práticos Jose Mario Rosseti e Lairton Rebelo, sentados de frente, puderam apreciar momentos como este.
Até os anos 1990, as agências tinham um lista de Práticos “preferenciais” para atender os navios. Na época, era cobrada uma taxa extra de exclusividade, afinal, a maioria não gostava de servir em navios de turismo. Tradicionalmente, navios começam a ser avistados pelo rio Amazonas em Outubro, mês que turistas podem aproveitar o verão com menos chuvas e, em passagens por Belém, a quadra Nazarena. A alta temporada costuma ir até março, com a chegada oficial do inverno por aqui.
Nos anos 1960, estas viagens eram despachadas pela “Agências Mundiais”. Depois, mudou de nome e passou a se chamar “Expresso Mercantil” e, por fim, os navios passaram a ser atendidos pela “ISS Mariner”, que tinha a frente Gilberto Costa – um profundo conhecedor no agenciamento de navios de turismo desde o tempo da Agências Mundias.
Eram dois tipos de rotas dos navios, os de exploração de menor porte que faziam várias paradas ao longo do rio Amazonas, e os clássicos de portes maiores que paravam em Santarém, Parintins e Manaus, e as partidas eram de Belém ou Macapá.

Uma viagem do Brasil para o Japão

O CLC Gustavo ao lado do Primeiro Oficial Nélio, atual gerente de empresa que opera navios DP, e do Segundo Oficial Cezar Augusto, hoje Prático da Bacia Amazônica.

Em 1979, o navio tanque O/O “Juruá”, da Fronape, fez a viagem do Brasil rumo ao Japão. O Comandante de Longo Curso, Carlos Gustavo Mercês de Carvalho, foi quem teve a missão de atravessar as águas oceânicas, em segurança, até a “terra do sol nascente”.
Gustavo foi formado pela Escola de Marinha Mercante do Pará (EMMPA) em 1960 e dedicou uma vida marinheira devotada desde o estágio como Praticante de Náutica até os últimos serviços na Fronape.
Belenense do bairro Batista Campos e torcedor do Paysandu Sport Clube, desfruta, hoje, de merecida aposentadoria ao lado da esposa Lucia Carvalho, que esteve na inesquecível viagem para o Japão.

Mares & Rios

Este colunista se solidariza com a tripulação do Navio Nacional “HB Tucunaré”, comandada pelo CLC Mesquita. A embarcação estava fundeada em Macapá/AP, aguardando ordem para seguir para Porto Trombetas, no Pará, quando foi atacada por piratas na noite de segunda-feira passada. O Comandante está indignado porque foram emitidos pedidos de socorro para todas as autoridades locais. Até quando isto vai acontecer?

Mesmo a TV Liberal alertando, o trapiche de Icoaraci voltou a apresentar problemas. Parte da estrutura afundou ontem de manhã. É um transtorno para milhares de pessoas, entre barqueiros e passageiros, que precisam passar por lá todos os dias.

Logo mais, a convite do CMG Josué Fonseca Teixeira Junior, Comandante do Centro de Instrução “Almirante Braz de Aguiar” (CIABA), a coluna “Navegação em Foco” estará na Universidade do Mar para conhecer as instalações da instituição e participar de um almoço de longo curso.

Os parabéns de hoje vão para o casal Mecenas e Dora Gonçalves, que estão completando 49 anos de casados. Por parte dos amigos, reina grande expectativa para a festa que deve acontecer daqui a um ano, quando o casal vai comemorar bodas de ouro (LOP).