O projeto de preservação envolve mais de 500 ribeirinhos. Em 20 anos, mais de 5 milhões de filhotes de tracajá foram soltos na região.
Leandro Guedes.
Centenas de filhotes de quelônios foram devolvidos à natureza, nesta quinta e sexta-feira (17 e 18), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Igapó Açú, no Sul do Amazonas. Eles foram preparados por dez meses pra esse dia.
Os quelônios, espécie de tartaruga amazônica, conhecida como tracajá, são criados pelos ribeirinhos da comunidade Igapó Açú e por pesquisadores da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Os cuidadores transferem os ovos depositados nas praias e levam para incubadoras que ficam protegidas. Sem proteção, os locais de desova eram violados constantemente por pessoas que vendiam os ovos, o que colocou o equilíbrio ecológico em risco.
“A gente tem preocupação de estar vigiando, cuidando como se fosse da família mesmo né?”, informou a agricultora Nilda Castro dos Santos.
Dois meses depois, os filhotes saem dos ninhos, mas os “tracajazinhos” ainda passam três meses em tanques, alimentados com ração para ganharem peso e só então serem soltos na natureza.
Nesta quinta e sexta, o local escolhido para a soltura dos quelônios foi um braço do rio Igapó Açú, na bacia amazônica. Lá, os filhotes ainda vão passar alguns meses para se desenvolverem um pouco mais, até o próximo período de cheia, quando passarão a ter acesso a uma área mais ampla.
O tracajá tem como principal característica as manchas amarelas na cabeça.
“O tracajá tem um papel importante na cadeia alimentar. Ele é alimento de diversos outros animais, além de ser um importante disseminador de sementes”, explicou o professor da Ufam Paulo César Andrade.
O projeto de preservação envolve mais de 500 ribeirinhos. Em 20 anos, mais de 5 milhões de filhotes de tracajá foram soltos na região.
“Em 2021, o projeto Pé de Pincha ajudou a proteger mais de 17 mil ovos de tracajá, o maior número desde o início da iniciativa, em 2010, o que representa um crescimento de quase 60% em relação ao ciclo anterior”, afirmou o representante do Instituto Claro, Flávio Rodrigues.
Por Portal da Navegação, via Rede Amazônia.
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