Para especialista, ‘houve crescimento, mas pouco ordenado’; setor de transporte e logística deseja maior estabilidade para próximo governo.
“Segundo a projeção do Plano Nacional de Logística e Transporte (PNLP), até o ano de 2042 a demanda para os portos brasileiros tende a crescer 92%. Para que esse crescimento ocorra de forma ordenada, é preciso que a estrutura e administração portuária seja aprimorada no país. Ao longo dos últimos anos, houve um crescimento exponencial de portos, ferrovias e rodovias no Brasil, mas de forma pouco ordenada”. A opinião é de Paulo César Alves Rocha, especialista em infraestrutura, logística e comércio exterior, que monitora a infraestrutura brasileira para integração de portos, ferrovias e rodovias afirma que o país precisa urgentemente de um plano de investimento para o setor de logística.
Existem 36 portos públicos organizados no Brasil. Nessa categoria, encontram-se os portos com administração exercida pela União, no caso da Companhia Docas, ou delegada a municípios, estados ou consórcios públicos. A área destes portos é delimitada por ato do Poder Executivo. Dados do Banco Mundial mostram que um contêiner leva uma média de 13 dias para ser exportado do Brasil. Desses 13 dias, seis são devidos aos trâmites burocráticos.
O setor de transporte e logística deseja maior estabilidade econômica para a próxima gestão presidencial. De acordo com a pesquisa realizada pela Deloitte Global, dos 491 dos empresários consultados, 68% citaram o processo eleitoral com preocupação. Esses participantes lideram empresas que somam R$ 2,9 trilhões em receitas estimadas em 2021, representando 35% das receitas sobre o Produto Interno Bruto brasileiro.
Neste ano eleitoral, existem incertezas econômicas, como a ausência de grandes reformas, inflação ainda elevada, juros altos e o PIB negativo. Esses fatores afetam diversos setores nacionais, principalmente o responsável pela movimentação de grande parte das mercadorias produzidas: o transporte rodoviário de cargas.
Um dos grandes questionamentos que os empresários do transporte apresentam é que não existe um “projeto de país”, e sim “projetos de governos”, que resulta no que cada líder desenvolve de acordo com as suas próprias convicções. Isso acaba trazendo oscilação nos investimentos para os empresários a partir do ano de 2023.
O aumento de diesel, que já sofreu mais um reajuste de 14,26% no valor do combustível, acarretou um adicional de 5% no valor do frete conforme o comunicado divulgado pela NTC&Logística a partir de junho. Além disso, há o teto de gastos, que afeta diretamente a percepção do exterior diante da economia do Brasil, bem como a bolsa de valores, as entradas e saídas de fluxo de capital, o preço do dólar, os impostos e a infraestrutura, entre outros, que são as maiores dificuldades encontradas pelas empresas e pelos empresários de transporte e logística.
Por Portal da Navegação, via Monitor Mercantil.
Notícias relacionadas
-
Transporte escolar fluvial terá reajuste em 2025, informa FNDE.
-
Fiscalização da Base Fluvial ‘Antônio Lemos’ apreende 46 tabletes de entorpecentes, no Marajó.
-
Portos do Arco Norte exportaram 40% de toda soja e milho do país nos primeiros meses de 2024.
-
Operação da Capitania do Araguaia-Tocantins orienta ribeirinhos sobre preservação ambiental no Bico.
-
Iniciativa privada e Governo Federal unem forças pela descarbonização do setor portuário