Capitania Fluvial é braço importante da Marinha do Brasil em Goiânia

Organização foi criada em 2020

Carolina Pessoni

Goiânia – Criada em 27 de março de 2020 e ativada em 5 de fevereiro de 2021, a Capitania Fluvial de Goiás (CFGO) é a responsável por contribuir para as atividades de segurança do tráfego aquaviário, ensino profissional marítimo, salvaguarda da vida humana e prevenção da poluição hídrica. A sede da Capitania está situada no número 49 da Rua 2, no Centro da capital goiana, com localização estratégica para atendimento da população.

O capitão Marcio da Silva Arruda é o responsável pela CFGO e conta que a criação da Capitania no Estado era uma dívida que a Marinha tinha com o estado de Goiás. Em 1978, mesmo após um decreto que deveria criar a Capitania em Goiás, foi criada a Organização Militar em Brasília.

Escudos enfeitam a recepção da CFGO (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

“Em 2020, Goiás era o único estado que não tinha uma organização da Marinha. Não acreditavam que havia expressividade náutica para isso, mas depois que a capitania foi ativada percebeu-se o quanto isso já deveria ter sido feito há muito tempo”, explica o comandante Arruda.

O responsável pela Capitania destaca que a relação do estado com águas é tão forte que está presente até mesmo em seu brasão. Arruda destaca que, com toda essa simbologia, era inimaginável Goiás não ter uma unidade da marinha. “O decreto de 1919 reforça essa importância das águas. No campo azul do escudo vê-se o cometa de Biela, no Rio Araguaia, representando o ponto do seu curso em que forma a ilha do Bananal. Há ainda a representação das principais bacias do Estado por meio dos anéis nos sentidos horizontal e vertical, além dos 12 traços que representam os principais rios que correm para o sul”, ressalta.

Brasão de Goiás evidencia a relação do estado com as águas (Foto: Reprodução)

A Capitania atua, portanto, com atividades de regularização, potencial de atividade náutica e contribuição para a segurança aquaviária. Uma das atuações da CFGO está na salvaguarda da vida humana, por meio da aplicação da Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário (Lesta). A Lesta serve de norte para as atividades desenvolvidas pela Marinha do Brasil (MB), na qualidade de Autoridade Marítima Brasileira (AMB), promovendo a segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e hidrovias e a prevenção da poluição hídrica.

“Por conta da ausência da Marinha em Goiás, essa atividade acabou sendo feita pelo Corpo de Bombeiros, que tem muita capilaridade em todo o estado. Sendo assim, as duas instituições trabalham em conjunto, numa sinergia excepcional para o atendimento de toda a população”, destaca o comandante Arruda.

A segunda atividade do CFGO é a prevenção da poluição hídrica por meio de embarcações ou plataformas de apoio, como pontos de abastecimentos e cais. Por fim, a Capitania é a responsável pela segurança do tráfego aquaviário no Estado, sendo esta atividade dividida em três grupos.

(Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

“Trabalhamos com ações fiscalizatórias, como inspeções navais e vistorias de equipamentos de segurança; regulatórias, com as atividades cartoriais, como emissão de habilitação e inscrição de embarcações e moto aquáticas; e, por último, as atividades de formação, com cursos para profissionais aquaviários oferecidos pela Marinha”, enumera o comandante.

Desde a implantação da CFGO, já foram emitidas mais de 9 mil carteiras de habilitação na categoria Arrais-Amador e cerca de 8 mil embarcações foram inscritas, além de mais de 700 aquaviários formados. “Somente em 2023, aplicamos 200 multas, apreendemos 90 embarcações e já formamos mais de 200 aquaviários, tendo capacidade para chegarmos a 320”, conta o comandante Arruda.

O trabalho do CFGO é realizado sempre em parceria com outras instituições. “A Operação Verão que realizamos em julho, na cidade de Aruanã, envolve a cooperação entre Marinha, Superintendência de Patrimônio Imobiliário da União, Bombeiros e Secretaria de Meio Ambiente. Cuidamos de 200 municípios e nossas atividades são, em grande parte, sazonais, o que nos permite organização para estarmos nas cidades”, explica.

Comandante Arruda é o responsável pela CFGO (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

Entre os principais municípios de atuação do CFGO na bacia do Araguaia estão Aruanã, Aragarças, Itacaiú, Luiz Alves e Bandeirantes, com atividades de fiscalização e operação no mês de julho. Outras cidades também contam com atuação da Capitania de maneira mais constante, neste caso por conta do turismo e lazer, como Corumbá 4, Caldas Novas, São Simão, Itumbiara e Três Ranchos.

A CFGO possui um site (marinha.mil.br/cfgo), que o usuário pode acessar para obter informações sobre todos os serviços oferecidos. Entre as novidades há ainda um aplicativo, o NavSeg, lançado em setembro pela Marinha, em parceria com o Ministério do Turismo, para trazer mais praticidade e segurança para condutores e passageiros de embarcações.

O objetivo do app é otimizar a segurança do condutor e passageiros com o compartilhamento de informações durante todo o período de navegação. Além disso, o aplicativo substitui o “Aviso de Saída”, documento em que o navegador informa o plano de viagem de sua embarcação. Dessa forma, em caso de necessidade de socorro ou salvamento, é possível identificar e localizar mais facilmente a embarcação. O NavSeg é gratuito e está disponível para Android e iOS.

A CFGO continuará situada no Centro de Goiânia até o dia 15 de dezembro, quando será transferida para uma nova sede na rua 132, no Setor Marista. “Será uma sede maior, em que será possível atender melhor a população e acondicionar as embarcações apreendidas”, arremata o comandante. 

Por Portal da Navegação, via a redação