Amazonas – Transportadores pedem ajuda federal contra ‘piratas’.

Líder dos transportadores afirma que deverá discutir o assunto, também, com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas no sentido de receber apoio

O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) se reúne com a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), em Brasília. Na pauta, os ataques de “piratas” nos rios do estado e a falta de segurança no transporte de cargas.
Conforme a entidade, a ação criminosa deixa prejuízos anuais de R$ 100 milhões apenas em produtos roubados.
Do encontro participam também representantes e entidades de todo o país.
O presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior (foto), disse que vai apresentar a situação de urgência do setor no estado. Segundo ele, neste período do ano os ataques se intensificam.
O relatório será apresentado à CNT, com pedido de encaminhamento ao Congresso Nacional, Ministério dos Transportes e órgãos como a Polícia Federal e a Marinha. A todos, o Sindarma pedirá apoio e providências imediatas contra os “piratas”.
“O cenário está descontrolado e quase insustentável, principalmente no que se refere ao transporte de combustíveis para abastecer postos e usinas de energia no interior”, disse Alencar Jr.
Ele acrescentou que esse produto, ao lado de botijas de gás, são os mais visados pelos criminosos.

Combustíveis e eletroeletrônicos

Além dos combustíveis, Alencar Jr., que também é vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), afirmou que alimentos e eletroeletrônicos produzidos na Zona Franca de Manaus (ZFM) são igualmente produtos de interesse dos “piratas”.
De acordo com ele, 400 embarcações atuam, exclusivamente, nesse segmento no Amazonas. E, apesar do investimento das empresas em escoltas de segurança e monitoramento via satélite, a ação dos “piratas” não foi contida.
Segundo o Sindarma, o lugar mais perigoso atualmente para o transporte de cargas no estado é a região do baixo rio Amazonas, entre os municípios de Itacoatiara e Parintins, até a cidade paraense de Juruti.
“Se passar nesta área, principalmente de noite, vai ser roubado. São muitas rotas de fuga e não adianta registrar boletim de ocorrência porque nunca mais serão encontrados”.

Violência nos assaltos

Além dos prejuízos econômicos, o dirigente alerta para o aumento da violência dos “piratas” contra os tripulantes das embarcações. Só neste ano foram três tripulantes assassinados em ataques, além de dezenas de feridos em tiroteios, agressões e até casos notificados de mutilação das orelhas de marinheiros.
“Apesar da oferta de empregos e vagas, cada vez menos pessoas se interessam em trabalhar na área porque temem pela vida. E isso representa uma séria ameaça para o abastecimento dos municípios do interior porque está cada vez mais difícil para empresas e tripulantes manterem suas atividades”.
Como resultado, Alencar Jr. disse que espera discutir o assunto com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas para que haja combate a esses criminosos.

Por Portal da Navegação, via BNC.