Na Cerimônia em Homenagem aos Mortos da Marinha em Guerra, realizada no dia 28 de Julho, no Rio de Janeiro (RJ), a Marinha Mercante Brasileira marcou presença com vários Capitães de Longo Curso e os Alunos da EFOMM (Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante) do CIAGA (Centro de Instrução Almirante Graça Aranha). Na ocasião, foram lidas as Ordens de Serviços da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante, representada pelo Centro dos Capitães (CCMM), enaltecendo as duas instituições, que tiveram severas perdas durante a 2ª Guerra Mundial, além de outros conflitos.
Foram realizadas aposições florais para os marinheiros mortos da Marinha de Guerra e da Marinha Mercante Brasileira (Foto), com salvas de tiros e o toque fúnebre. Ao final da Cerimônia, por meios de um Tenor e uma Soprano, foi tocada a Canção dos Combatentes da 2ª Guerra Mundial, de autoria do Capitão de Longo Curso Francisco Cesar Monteiro Gondar. O Almirante de Esquadra Wladmilson Borges de Aguiar se emocionou com a Canção.
Palavras do Presidente do Centro dos Capitães da Marinha Mercante – 28/07/2023.
CERIMÔNIA DOS MORTOS EM GUERRA
Excelentíssimo Sr. Almirante de Esquadra ALFREDO KARAM – Ex Ministro da Marinha.
Excelentíssimo Sr. Almirante de Esquadra Wladmilson Borges de Aguiar – Comandante de Operações Navais, nas autoridades as quais estendo os meus cumprimentos as demais autoridades militares e civis aqui presentes, minhas senhoras e meus senhores:
Durante treze anos, o Comodoro Álvaro José de Almeida Junior proferiu as palavras em homenagem a aqueles que deram o que havia de mais valioso, suas vidas no cumprimento de sua missão. Hoje, como Presidente do “Centro dos Capitães da Marinha Mercante”, tenho a missão de proferir pela primeira vez nessa cripta de heróis as palavras para homenagear aqueles que no mar deram o sacrifício máximo a uma nação.
O mar sempre trouxe diversos sentimentos ao homem, alguns o contemplam, outros o admiram, muitos o temem, mas de fato o mar exerce fascínio e influência diferenciada a cada um de nós. Sendo que para aqueles homens que resolvem se lançar ao mar, como profissão, o mar o molda de forma inequívoca.
Pouquíssimas profissões são tão semelhantes quanto àquelas que envolvem o homem do mar, desde o mais simples pescador artesanal de mar aberto até mesmo o Comandante do navio mais moderno do mundo, o mar é comum a todos.
E essa comunhão no mar não poderia ser diferente nos tempos de guerra. Mesmo com interesses distintos, as mazelas e a honestidade daqueles que estão no mar são deveras semelhantes. O mar não divide o mundo, ele une as nações e justamente por isso que em tempos de guerra, as nações agressoras tentam cercear o mar as demais nações. Privando assim os bens de consumo de chegarem em seu destino, levando fome e escassez de recursos a outros.
O professor Eric Grove através em sua explanação da tríade do uso do mar, mostra como o mar se faz indispensável para o poder de uma nação, não obstante, quando um dos lados do triângulo de Grove é afetado, os efeitos são sentidos por toda a nação.
De fato, não são todos os marinheiros que conhecem o triângulo de Eric Grove, tão pouco as teorias tão levadas em prova de Alfred Mahan, mas mesmo sem conhecer as referidas teorias o homem do mar sabe indiscutivelmente que muitos dependem de sua perseverança e bravura.
Bravura essa que poderíamos citar individualmente milhares de nomes, mas que de fato já os temos parcialmente gravados aqui no subsolo dessa cripta onde encontram-se aqueles que durante a segunda guerra mundial pereceram a bordo de nossos navios.
O mar que une as nações além de pôr vezes tempestuoso devido a efeitos naturais, também é testemunha do estado mais agressivo do ser humano, quando esse entra em guerra com seus semelhantes.
Dessa forma os homens do mar além trafegarem sob a auspicia vontade da mãe natureza, também trafegam em constantes zonas de conflitos.
Alguns desses conflitos aparentemente distantes da costa brasileira, mas muito mais próximo do que gostaríamos dos brasileiros a bordo de nossos navios.
Cito aqui as missões da Marinha do Brasil no Líbano e Haiti, ou quando navios da Marinha Mercante Brasileira que foram ao golfo na guerra dos 7 dias, nas guerras tempestade do Deserto, operação Liberdade do Iraque, entre outros conflitos ao redor do mundo, os quais encheriam uma página inteira com nomes plenamente conhecido dos noticiários televisivos, mas que muitos não souberam que brasileiros estavam presentes.
De fato, além da guerra da independência, o Brasil foi levado a guerra por 3 vezes – na guerra do Paraguai, na Primeira Guerra Mundial e na Segunda Guerra Mundial e muito devemos repetir e enaltecer que A Marinha do Brasil – Marinha de Tamandaré, é uma Marinha invicta, sendo essa uma das mais seguras provas cabais de que os brasileiros são reconhecidamente bons marinheiros, marinheiros esses que nesse momento independente se militares, tripulantes, passageiros e todos os demais que perderam sua vida nas guerras defendendo nosso amado pavilhão merecem nossa mais enaltecida reverencia.
Finalizo citando Platão “Existem três tipos de homens: os vivos, os mortos e os que andam no mar”. Para aqueles que foram ao mar e não retornaram, fica aqui gravado que: enquanto estes forem lembrados, vivos estarão entre nós e continuaremos honrando sua jornada e sacrifício máximo.
Centro dos Capitães da Marinha Mercante – 28 de julho de 2023 – Rio de Janeiro – Brasil.
Maré alta.
Excelente que a Marinha do Brasil tenha no seu calendário a Cerimônia em Homenagem aos Mortos em Guerra. Serve para lembrar e reverenciar os nossos antepassados que foram bombardeados e jamais deixaram de cumprir suas missões. É uma forma de não esquecermos os marinheiros de guerra e mercantes que sacrificaram suas vidas em prol do desenvolvimento e proteção da nação e nossa costa brasileira.
Maré baixa.
Os navios mercantes de bandeira brasileira bem que poderiam adotar essa Cerimônia a bordo, quando em viagem ou no porto. Como sabemos, a Marinha Mercante foi a instituição que mais perdeu vidas durante a 2ª Guerra Mundial. Fica a dica, pois temos experiência de conclamar tripulações para missões árduas. E por que não usar essa experiência para reverenciar e honrar nossos antepassados?
Passadiço.
- O Vice-Almirante Wilson Pereira de Lima Filho agradeceu a nota publicada na coluna. Ele que é um dos Diretores da ANTAQ e vem realizado exemplar serviço nessa autarquia.
- Agradecimentos ao Tenente-Coronel Édison dos Santos Pastoriza, Comandante da 1ª Brigada de Artilharia de Campanha de Selva, pela lembrança do colunista. Selva!
- O Capitão de Longo Curso Francisco Cesar Monteiro Gondar foi agraciado com a Medalha de Mérito Regimento Floriano do 1º Grupo de Artilharia de Campanha de Selva, que fica em Marabá (PA). Parabéns ao nosso ilustre Comandante.
- Tomou posse, no dia 28 de Julho, o novo Diretor de Gestão Portuária da Companhia Docas do Para, Sr. Alexandre da Silva Carvalho. Desejamos sucesso na missão.
- O colunista não esqueceu dos Comandantes Fluviais Joelma e Eladir Castro. No próximo repouso teremos mais encontros oficiais e não oficiais. Abraços aos dois.
- O amigo Ricardo Rebelo, que foi Imediato do nosso CIABA, agora na reserva da Marinha do Brasil, presta relevantes serviços na Companhia Docas do Pará. Marcaremos encontro quando estivermos em Belém.
- O 2º Oficial de Náutica Pedro Reis esteve operando, a bordo do “SeaLoader 2” com o navio do colunista na Bacia de Santos. Somente depois tomamos ciência.
- Um grande abraço ao amigo. O amigo Altair Souza convidou o colunista para ida a Marabá (PA). Com certeza o pedido será atendido, levando a família para conhecer essa região.
- O Capitão de Longo Curso Luiz Otávio de Miranda enviou os tradicionais parabéns ao colunista pela condecoração recebida. Boa navegação ao amigo.
- O grupo dos Embaixadores da Paz na Amazônia, que tem como responsável o jornalista Antônio Catete, em breve reunirá para tratativas de possível cerimônia em Belém (PA).
Navegando.
Recomendo a leitura do livro “Fernão de Magalhães – A primeira Viagem à Volta do Mundo contada pelos que nela participaram”, da Editora “Publicações Europa-América”. Relatos fantásticos dessa emocionante viagem, inclusive com parada na costa brasileira.
O Conselho do Fundo de Marinha Mercante aprovou o montante de R$ 400 milhões em novas prioridades. Desse total, R$ 274 milhões correspondem a reparos e docagens. Ainda são previstos serviços nos estaleiros Aliança, Navship, EAS e Mauá. Perspectivas para as construções de embarcações para a frota nacional.
No mês de Agosto, a indústria marítima se reunirá no Rio de Janeiro. Entre os dias 22 e 24 de Agosto acontecerá a 17ª Edição Navalshore, no Expomag, com as presenças de armadores, estaleiros, fabricantes e fornecedores do mercado industrial, com focos de investimento da produção naval.
Forte aumento acontece atualmente nas encomendas de novos navios tanques e, principalmente, de produtos, conforme relata a BIMCO. A entidade afirma ainda que só no primeiro semestre de 2023, a quantidade de navios dessas classes foi maior do que o total encomendado em 2022. Excelente.
A frota de navios tanques de produtos, nos dias atuais, vem envelhecendo gradualmente, principalmente nos últimos 10 anos. A média de hoje é que essas embarcações possuam idade de 13 anos. Esperamos que o Brasil volte a concorrer com o mercado internacional. Não custa nada sonhar.
Ainda sobre a Homenagem à Memória dos Mortos da Marinha em Guerra, o Comando do 3º Distrito Naval realizou Cerimônia emocionante na cidade de Natal (RN), celebrando a bravura dos combatentes que imortalizaram no mar, prestando relevantes serviços à Pátria.
A Sociedade Amigos da Marinha (SOAMAR-Brasil) comemorou seu 44º Aniversário de fundação, sempre fortalecendo os laços entre a Força de Mar e a Sociedade Civil como um todo. São quatro décadas de contribuições significativas, desempenhando papel fundamental. O atual Presidente da instituição é o Sr. Orson Feres.
Os Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) receberam instruções do General do Exército Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, Comandante de Operações Terrestres (COTER), no dia 20 de Julho. Também se fizeram presentes importantes Oficiais da nossa Força.
A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou avião transportando meia tonelada de cocaína, na manhã do dia 26 de Julho, quando sobrevoava nas proximidades de Gavião Peixoto (SP). A droga, oriunda do Paraguai, foi apreendida, em conjunto com a Polícia Federal, após ser dado o tiro de advertência e o pouso forçado.
O Comandante do 1º Grupamento de Artilharia de Campanha de Selva, “Regimento Floriano”, Tenente-Coronel Édison dos Santos Pastoriza, no uso de suas atribuições, resolve conceder ao colunista a Medalha de Mérito Floriano, no dia 27 de Abril, na cidade de Marabá (PA). Honrado e feliz com tal distinção. Agradecimentos a todos que reconhecem esse Comando. (RM).
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