Ministra do Planejamento e ministros do Portos e Aeroportos participaram de inspeção ao Porto de Tabatinga, ponta-pé no Projeto Multimodal Manta-Manaus para interligar Amazônia à Ásia.
A integração da América do Sul e Ásia via Amazônia deve sair do papel até o fim do mandato do presidente Lula. Esse foi o compromisso assumido pela ministra do Planejamento Simone Tebet e o ministro dos Portos e Aeroportos Silvio Costa, em visita a Tabatinga, nesta terça-feira (9). O projeto Manta-Manaus será o ponto de escoamento da produção da Zona Franca de Manaus (ZFM) e do agronegócio brasileiro.
“Se vocês me perguntarem se a Rota 2 (Manta-Manaus) fica pronta até o final do governo Lula, a resposta é sim”, afirmou a ministra.
O Manta-Manaus está entre as rotas estratégicas para a logística nacional previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo Tebet foram 4 meses de organização do projeto que tem como base um desejo antigo de políticos e empresários locais que viam no percurso que sai de Manaus até Manta, no Equador, uma saída mais rápida para o oceano Pacífico.
A principal deficiência do Manta-Manaus atualmente é a dragagem do Rio Solimões e a ausência de alfândega em Tabatinga, mas, conforme Tebet, todas são “factíveis e possíveis” e o ponta-pé inicial é a adequação da infraestrutura portuária e segurança. Os assuntos foram tratados com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad e com o ministro da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. A questão da alfândega será tratada essa semana com a Receita Federal. “Estamos falando de rotas que podem ficar prontas em 2025 ou 2026”.
“Essa rota não foi organizada por nós, foi organizada por vocês, amazônidas, há mais de 30 anos. O que era um sonho pode se tornar realidade. É a única rota traçada pelo governo federal que é praticamente hidroviária, de Manaus, passando por Tabatinga, continua hidrovia até Providência (Colômbia), vai pela cordilheira e chega em Manta”, ressaltou a ministra do Planejamento.
A expectativa é que a rota facilite também a integração com o Porto de Chancay, no Peru, que fica pronto até o fim do ano. A estrutura peruana foi montada com recursos do governo da China e é uma das maiores apostas dos governos asiáticos para a expansão das relações econômicas com a América do Sul.
A redução de 3 semanas no transporte de produtos entre Brasil e China, por exemplo, colaboram para a chegada de insumos para a Zona Franca de Manaus (ZFM) e, segundo Simone Tebet, colaborará para o fortalecimento da economia de base com a atração de mais indústrias de bens finais.
Os ministros participaram de uma vistoria ao Porto de Tabatinga em uma embarcação da Marinha do Brasil ao lado do governador Wilson Lima (UB) que admitiu problemas estruturais e de segurança na região, mas que, segundo ele, podem ser superados com o esforço conjunto com o governo federal.
A rota, disse Wilson, deve melhorar o escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus no período de seca. “Essa é uma rota fundamental porque vai criar uma alternativa muito mais interessante do que a utilizada hoje”.
Por Portal da Navegação, via Acrítica.com
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