Operações Barge-to-ship estão ameaçadas em Vila do Conde e Santarém.

NAVEGAÇÃO EM FOCO – Operações nos portos de Vila do Conde e Santarém correm risco

A continuidade das operações de transbordo de grãos na modalidade Barge-to-Ship, na área molhada das poligonais dos portos de Vila de Conde e Santarém, está sendo prejudicada pela falta de alfandegamento da área, de responsabilidade da Companhia Docas do Pará.
Em Vila do Conde, as operações são realizadas com o navio amarrado a um quadro de boias, porém, devido à falta de alfandegamento, é necessário efetuar o pedido formal pontual para cada navio que irá operar. Desde 2021, mais de 70 operações já foram realizadas. Caso o processo já estivesse concluído, este número de operações poderia ser maior, contribuindo para uma maior opção logística para os embarcadores.
Já em Santarém, o caso é um pouco mais complicado, pois até o momento não existem quadros de boias para amarração dos navios. As operações são realizadas em caráter temporário, com o navio fundeado em posição determinada pela CDP, até que seja autorizada a instalação de 3 quadros de boias por Operadores Portuárias vencedores do Edital de Licitação promulgado pela CDP em 2023, com homologação da Antaq, e não houve impugnação do leilão que ainda está válido. Desde junho de 2022, quando as operações foram autorizadas, quase 50 navios já operaram nesta condição.
A Receita Federal, que é força amiga, tem liberado os navios de forma célere. O problema é a atual gestão da CDP, que não tem interesse técnico de agir, mas sim político. Enquanto isso, os navios ficam parados (pagando demurrage) esperando a autorização para serem atracados e a CDP não conclui o processo de alfandegamento para acabar com esse problema.
A demora deste processo é prejudicial para o Estado, uma vez que o embarcador prefere desviar a carga para outro Estado do que esperar. Devido à demora em solucionar os quadros de boias de STM, as empresas já cancelaram os volumes previstos para o primeiro semestre, apesar de todos os quadros estarem prontos para serem lançados.

Barra Norte do Rio Amazonas.

Prático Caiaffa, Capitão Hou Guosheng e Prático Mauro Moraes.

No último domingo (5), foi realizada mais uma viagem no canal da Barra Norte do Rio Amazonas com um navio com 11.70 metros de calado, a faina realizada pelo navio BDG “Hong Kong” que estava carregado com 50.000 toneladas de soja. O embarque da soja foi realizado no Terminal de Novo Remanso na cidade de Itacoatiara, sendo assim o primeiro navio que sai do terminal com este calado. É importante destacar que agora o Terminal de Nova Remanso se junta ao Terminal de Cargill de Santarém no estudo do aumento do calado na Barra Norte do Rio Amazonas.
A viagem foi realizada pelos Práticos da ZP-01 Bacia Amazônia, Leandro Caiaffa e Mauro Moraes, ressaltando que toda a equipe de práticos que compõem o Conselho Técnico da ZP-01 e a Cooperativa Unipilot não estão medindo esforços e investimento de recursos para que os estudos de calado dinâmico na Barra Norte apresentem resultados dentro das normas de segurança da navegação, fazendo com que os portos do Arco Amazônico sejam mais competitivos no mercado internacional.

MARES & RIOS

ARTIGOS

A revista “Administração de Empresas”, editada pelo Centro Universitário UniCuritiba, publicou o artigo “Análise de Transparência e Democracia de Gestão no Brasil”, de autoria de três paraenses: a reitora da Unama, Betânia Fidalgo, o professor de pós-graduação da instituição, Mauro Margalho Coutinho, e a consultora empresarial, Poliana Bentes Gomes. O artigo examina a aplicação e eficácia das teorias de transparência e democracia deliberativa na gestão da compensação financeira da exploração de recursos minerais no Brasil, destacando a situação do Pará, penalizado com pouco retorno financeiro em meio aos lucros astronômicos das mineradoras.

FESTIVAL

O Food Festival Amazon de comidas exóticas, promovido por Carlos Nobre, na noite de quarta-feira, na sede da Feira Agropecuária de Belém, apresentou alguns pratos que agradaram em cheio um público seleto que compareceu ao evento. Entre tantas iguarias, destaque para o espetinho de carne de jacaré assado, iscas de tartaruga, filé de javali, ceviche de turu, o tradicional frito do vaqueiro e a tapioca marajoara com recheios primorosos. O creme de pupunha e as misturas agridoces proporcionaram uma perfeita combinação de sabores, executada pelo renomado chef Bola (foto), de Soure, convidado especial do Festival em sua segunda edição.

CORAL

Alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Leonor Nogueira

Já estão bem adiantados os ensaios do Coral Infantil INSA, um Projeto de Oficina de Coral Infantil do Instituto de Navegação e Sustentabilidade da Amazônia – INSA, cujo presidente é o Prático Luiz Omar Pinheiro. O coral fará três apresentações em Belém. O projeto é coordenado pelo Professor Salomão Habib, que conta com dois núcleos de ensaios: um na Escola Estadual de Ensino Fundamental Professora Leonor Nogueira e outro no 2º Batalhão de Operações Ribeirinhas, dentro do Projeto Força no Esporte (PROFESP), sob a responsabilidade dos músicos da Banda da Marinha, o Suboficial Bitencourt, e dos Sargentos Erika e Moreno.

AVIAÇÃO DO EXÉRCITO

Diante da grave situação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o Destacamento de Aviação do Exército, no Comando Militar do Norte, mobilizou mais uma aeronave HM-4 – JAGUAR – para apoiar nas buscas e contribuir com os esforços de socorro às vítimas. O helicóptero JAGUAR do Destacamento de Aviação do Exército/CMN se junta a outras 17 aeronaves das Forças Armadas que participam da Operação Taquari 2, e em coordenação com as autoridades locais e órgãos de defesa, será empregado no resgate e evacuação de pessoas em áreas de risco, transporte de suprimentos de emergência e sobrevoos de reconhecimento, entre outras atividades.
A aeronave (foto) com sua tripulação decolou da sede da aviação do Exército na Base Aérea de Belém (BABE) no dia 04 de maio de 2024, com destino inicial a Taubaté – SP, onde reforçará o 1º Batalhão de Aviação do Exército.

TURISMO RURAL EM ALTA NO PARÁ

Muitas fazendas e sítios do interior do Pará aderiram ao programa Turismo Rural, atraindo muitos turistas ávidos em vivenciar as atividades rurais, como os encantos da comida preparada no fogão à lenha, a ordenha das vacas, o som do berrante dos vaqueiros e o amanhecer com o cantar dos galos. A Secretaria de Estado de Turismo (Setur-Pará) está atenta a esse novo nicho, promovendo reuniões com representantes municipais para destacar o crescimento do ecoturismo em unidades de conservação, além de orientação, qualificação e maneiras de captar recursos para investimentos no setor.
Segundo Kleber Gomes, técnico da Setur, as prefeituras têm papel fundamental nesse processo, criando as Secretarias Municipais de Turismo e os Conselhos Municipais, para a elaboração de projetos, planejamento e formação de gestores, investindo em equipamentos turísticos que atraiam os visitantes.
Os Hotéis Fazenda Vitória, em Tracuateua, e Paraíso, em Mosqueiro, são modelos a serem seguidos pela qualidade e profissionalismo de gestão que primam pelo conforto e bem-estar dos hóspedes, sem perder as características rurais, que tanto encantam os frequentadores. A lida diária dos vaqueiros com os animais, a montaria em cavalos, a criação de porcos e galinhas em seus habitats são atrações que encantam crianças e adultos.
Soure, no Marajó, pratica um ecoturismo comunitário em vilas de pescadores e nas fazendas receptivas, como a Mironga e a São Jerônimo, atraindo turistas interessados em conhecer e desfrutar da biodiversidade dos campos e manguezais do Marajó. O prefeito de Soure, Guto Gouvea, construiu um auditório climatizado para atrair turismo de eventos culturais e pavimentou o acesso às praias da cidade, melhorando consideravelmente o fluxo turístico e atraindo mais renda e emprego para a região.